O Teatro Guararapes foi o palanque de Rita Lee. Aos 65 anos, a cantora mostrou que dialoga com o maior número possível de pessoas, como todo bom político. E tinha gente de todas as idades no show Etc... que aconteceu nessa sexta-feira (27) no Centro de Convenções, em Olinda. Rita se mostrou como aquela tia que todos adoram, louquinha, desbocada, que diz o que todos querem ouvir.
Faz parte daquela categoria de artistas brasileiros que agora aproveitam décadas de hits para gozar de uma unanimidade e segurança de tocar o que todo mundo conhece e gosta. E foi falando de política que Rita começou sua primeira conversa com o público. "Estamos vivendo a ditadura da putaria (sic)", disse para deleite da plateia. Falou que vota nulo, e emendou contando sua trajetória como se pedisse um voto. Como se precisasse. O público ovacionou cada hit da roqueira, que teve ainda a seu favor, um ótima banda e uma estrutura de palco, formada de telão e iluminação modernosa.
Há 15 anos que a cantora não se apresentava no Teatro Guararapes e aproveitou para alfinetar dizendo que o lugar estava "acabadinho". "No camarim tem goteira, está tudo velho, vamos cuidar melhor disso aqui gente, esse é um dos teatros mais lindos do País". Esses momentos que se assemelhavam a um stand-up comedy foram os mais interessantes do show. Quando terminou "Ovelha Negra", se desatou a falar de sua história, desde a infância.
Editou, claro, seu período com a banda Os Mutantes, que participou nos anos 1960 e que hoje se configura como uma das maiores mágoas do rock brasileiro. Rita não fala mais sobre o grupo e não aceitou participar do retorno da banda em 2003. Ainda assim, no bis, tocou "Meio Desligado".
Neste show Rita mostrou o quanto ainda se mantém presente na cultura pop brasileira, ainda que suas músicas novas não tenha mais o mesmo charme de antes. E falando em pop, teve o momento homenagem a Michael Jackson, com um cover do cantor, dançando "Bad" no palco. Se continuar explorando seus hits à exaustão até quando aguentar, Rita vai ter respaldo de seu público.
Nenhum comentário:
Postar um comentário