sábado, 28 de agosto de 2010

Rita, etc. e tal.




Em único show esta noite em Fortaleza, a roqueira Rita Lee prova que mantém o mesmo pique da turnê anterior. Além dos clássicos de 40 anos de carreira, etc… traz uma Rita Lee em grande estilo, em clima de total irreverência.



Entrevistar Rita Lee não lá uma tarefa muito fácil. Quem acompanha seu trabalho e suas entrevistas há alguns anos, já sabe que entrevista é só por e-mail. Nem adianta insistir. Outra coisa: as respostas, quase sempre escritas de madrugada (culpa da sua lendária insônia), são curtinhas. Twitter perde é feio! For falar nisso, fã que é do microblog, é lá o melhor lugar de acompanhar passo a passo sua carreira e seus pensamentos.


Mas, tudo perdoado. Afinal, é no palco que ela solta a franga e faz o público cantar, dançar e rir bastante. Na dúvida, é só conferir o show Etc…, que passa hoje por Fortaleza. A turnê é um desdobramento da anterior, Pic Nic, que já roda o Brasil desde 2008. No repertório, além de clássicos como Mania de você e Ovelha negra, o que lhe der na telha. Tudo é decidido de acordo com o humor do dia. Em caráter especial, ela acrescentou uma homenagem (no melhor estilo Rita Lee) a Michael Jackson, falecido em 2009. Acompanhe a íntegra da conversa com Rita Lee.



O POVO – Por que você só dá entrevista por e-mail?


Rita Lee – Marcos, querido… Porque fica mais prático e prefiro escrever do que falar.




OP – O que você está preparando para o show aqui de Fortaleza?


Rita – Sei que o público que vai me ver espera ouvir os hits mais populares e outras que eu resolvo tirar e por conforme a veneta. Etc é uma continuação natural do outro show que estávamos fazendo, uma continuação da vida.




OP – No show que você está apresentando há uma homenagem ao Michael Jackson. Por que?


Rita – Michael foi o maior talento do século XX e, pelo que pude ver em This Is It, ele estava absolutamente impecável, o que me faz concluir que Michael jamais será superado.




OP – Você é a rainha do rock, mas já cantou samba, bossa nova e outras levadas. O que você anda escutando atualmente?


Rita – Sinceramente, ando preferindo o silêncio.




OP – Por onde anda Dr. Alex? A Rita Lee vovó não pensa em reencontrar o ratinho cientista? (Dr. Alex é o protagonista de quatro livros infantis escritos pela cantora)


Rita – Talvez ele volte a dar as caras, com minha neta Ziza.




OP – Henrique Bartsch escreveu Rita Lee mora ao lado. O que você achou do livro? Ele foi fiel aos fatos?


Rita – O livro é uma bio ficção, ele escreve muito bem




OP – Em Uma noite em 67, você aparece com os Mutantes e Gilberto Gil tocando Domingo no Parque. O que você lembra daquela noite?


Rita – Absolutamente nada. Eu estava pra lá de Marrakesh.




OP – O repertório dos seus shows sempre muda de uma noite pra outra. Quais são os critérios de seleção do que vai ser cantado?


Rita – O humor do dia.




OP – Uma das suas características mais marcantes é a criatividade. O que você ainda gostaria de realizar em sua carreira?


Rita – Algo instrumental.




OP – Em um show aberto em Fortaleza, há alguns anos, você usando um megafone falou que era alcoólatra e tinha que se manter longe das bebidas. Para você, se manter longe do álcool ainda é difícil? Sente algum arrependimento pelos anos de excesso?


Rita – Não sou Madalena arrependida fazendo discurso de igreja da salvação, não me arrependo porque vivi intensamente as experiências.




OP – Com mais de 40 anos de carreira, o que ainda é bom e o que ainda é ruim da vida de artista?


Rita – Com mais de 40 anos de carreira, o ruim é pegar avião, dormir em cama de hotel, comer algo que não sei quem preparou. Mas, quando subo no palco e a plateia canta junto – e sempre canta -, o prazer que sinto é epifânico.




OP – Quando virá um novo disco de inéditas? Já tem algo pronto?


Rita – Tenho várias músicas novas, mas nenhuma ansiedade em lançar. Essa é uma das vantagens de se ficar mais velha.




OP – Como é ter quase meio século de carreira?


Rita – Supimpa.




OP – Alguma expectativa para as próximas eleições?


Rita – Enquanto o voto for obrigatório, nada vai mudar.




Matéria por Marcos Sampaio publicada no jornal O Povo dia 28/08/2010.

Um comentário:

Anônimo disse...

Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.

- Daniel