"Se não estiver nos trinques, entro no palco com uma bengalinha...", diz cantora
Repórter
30/4/2009
Quase um mês após passar por uma cirurgia de hérnia de disco lombar, a vovó do rock nacional, Rita Lee, apresenta o show Pic Nic, em Juiz de Fora, no dia 9 de maio. Ainda com dores, a cantora e compositora seguirá orientações médicas durante o espetáculo.
Inicialmente, o show estava programado para acontecer no último dia 25 de abril, porém a cirurgia forçou o adiamento do evento para o próximo fim de semana, no Cine-Theatro Central. No repertório, sucessos de todas as fases da carreira da cantora prometem levantar o público. Uma música inédita também deve ser tocada. Rita, entretanto, prefere não adiantar muita coisa sobre o espetáculo. "Nunca uma apresentação é igual a outra. Muita coisa rola ao sabor do momento."
Enquanto se recuperava, Rita Lee concedeu, por email, entrevista ao Portal ACESSA.com. Ela fala sobre o novo show, literatura, futuro e aposentadoria. Confira:
ACESSA.com - Como está a recuperação da cirurgia de hérnia de disco lombar, realizada no último dia 13 de abril?
Rita Lee - Nunca senti tanta dor na vida. O médico recomendou que eu me sente quando for tocar a guitarra. Por enquanto, não posso carregar mais do que quatro quilos. Ó céus! Ó vida!
ACESSA.com - Até o dia do show em Juiz de Fora, 9 de maio, você acredita que estará 100% para subir no palco?
Rita Lee - Se não estiver nos trinques, entro no palco com uma bengalinha...
ACESSA.com - O que o público juizforano pode esperar do repertório do show Pic Nic?
Rita Lee - Nunca um show é igual ao outro. Tiramos e colocamos músicas conforme nosso humor. Há um esqueleto básico de repertório com os hits que as pessoas já estão esperando, mas muita coisa rola ao sabor do momento.
ACESSA.com – Você não pode dar nem uma dica?
Rita Lee - Tenho mais de 450 composições, daí não é fácil estipular uma única vertente de repertório.
ACESSA.com - Você promete apresentar uma música inédita. Que música é essa? Sobre o que ela fala?
Rita Lee - Chama-se Tão chata e é uma homenagem às pessoas inconvenientes que a gente vive encontrando nesse nosso mundinho.
ACESSA.com - Você esteve em Juiz de Fora em 1999. O que mudou em você e no público de dez anos para cá?
Rita Lee - Todas as células do meu corpo estão mudadas, disso eu sei. Das mudanças do público não saberia dizer. Mas parece que sou uma espécie de Emília do Sítio do Picapau Amarelo, que passa de geração em geração.
ACESSA.com - Seu último trabalho lançado é um box, com três DVDs contando suas origens, a história de sua carreira e sua relação com o universo feminino. Podemos dizer que esse é um registro completo de sua carreira?
Rita Lee - Até quando foi lançado eu diria que sim. Mas nada será completo até eu bater as botas.
Rita Lee - Já são 42 anos de estrada, meu bem. Engraçado é que nunca ninguém pergunta se Caetano, Gil, Milton, Chico, ou seja, sessentões como eu, pretendem parar de se apresentar. Será que há um preconceito contra moças velhinhas?
ACESSA.com - Você tem feito muitas músicas?
Rita Lee - Um monte. O santo baixa sem aviso prévio, basta ficar atenta. Agora é garimpar as melhores e entrar no estúdio que fica em cima da nossa garagem.
ACESSA.com - Além de cantora e compositora, você também já escreveu alguns livros. Qual é a sua relação com a literatura? Existe algum projeto de mais uma obra escrita por você?
Rita Lee - Escrevi quatro livros para crianças, quando meus meninos eram bem pequenos. Quase todas as noites tinha que inventar histórias sobre o doutor Alex, o ratinho que queria proclamar a independência dos animais. Quem sabe minha neta Ziza volte a me inspirar a retomar o tema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário