A entrevista de Zélia Duncan sobre ‘Pelo Sabor do Gesto’
Zélia Duncan falou sobre seu novo disco, “Pelo Sabor do Gesto”, à imprensa, nesta terça-feira, na Casa do Saber (Parque Lage). Entraram na pauta a escolha do repertório, a conquista pela autorização para gravar duas músicas francesas versionadas, a decisão por dividir a produção do álbum por dois (John Ulhoa e Beto Villares), a relação com Rita Lee… Rendeu! E Zélia falou muito e, como sempre, muito bem.
“Nunca vou ouvir música em outra língua pensando em fazer versão. Mas fiquei tão impactada com o filme (’Les chansons d’amour’)… Mas fazer versão dessas músicas (em português, ‘Pelo sabor do gesto’ e ‘Boas razões’) é diferente de fazer de ‘Rehab’ (sucesso de Amy Winehouse), que todo mundo conhece. Quando o filme estreou no Brasil, fui ao cinema e tinha apenas 15 pessoas. Adorei!”
“Todo mundo disse que era melhor eu não gravar as versões, porque conseguir autorização costuma ser difícil demais. Entrei em contato com a editora e não consegui nada. Fui no MySpace e falei com o Alex (Beaupain) de artista para artista. A resposta veio imediatamente.”
“Perguntaram se essa mistura não ficaria esquisita. Eu disse: ‘Espero que fique’. Não penso na unidade, penso na quebra. A unidade é minha voz.”
“Tenho uma relação afetiva profunda com a obra da Rita, mas essa música, eu não conhecia. No ano passado, um amigo meu, jornalista, falou: ‘Esta música está esperando por você’ (sobre ‘Ambição’). A Rita chegou a mudar a letra depois, mas gosto desta versão. É uma típica Rita Lee saindo do Tutti-Frutti, ainda com a pegada rock’n'roll, cantando a frase: ‘Pelo caminho de espinhos avistei um mar de rosas’. É a minha cara. Ela tá linda, do jeito que a Rita merece.”
“Sou parceira dela. Na época dos Mutantes, como todo mundo sabe, liguei para Rita antes de aceitar o convite e ela falou: ‘Vai que você vai se divertir’. Me diverti e saí antes de me aborrecer.”
“Eu procuro muito as pessoas. Já escrevi músicas com o Moska e me aproximei do Zeca há pouco tempo. Ele não sabia que eu não fazia música e mandou uma letra. Mas aí eu fiz. O Chico fez músicas para todas as letras que eu mandei. Escolhi ‘Esporte fino’ porque é uma das mais irresponsáveis do disco, no bom sentido. Ele foi lá no estúdio, deu mole e cantou comigo.”
“Eu costumo mandar as músicas para os produtores sem nada, às vezes com outra pessoa cantando. Chego no estúdio com minha voz, para decidir o tom e todo o arranjo junto com eles.”
“Essa música do Nei Lisboa (’Telhados de Paris’), canto ela em rodas de violão e passagens de som há 15 anos. OPutro dia me dei conta de que, se eu não gravasse, alguém ia fazer isso. E eu ia ficar muito chateada. Por que não agora?”
A entrevista acabou quando um repórter-fã (ou terá sido apenas um fã infiltrado?) saiu do meio dos jornalistas para pedir um autógrafo à cantora. Aproveitei o momento para conquistar um pôster com a foto da capa do CD para minha coleção.
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